Ao contrário do que é defendido pelo @aselvadeasfalto considero que esta proposta deve conter apenas o património classificado, excluindo todo o património não classificado.
Se o património foi classificado sabemos qual o seu nível de proteção pelo que se consegue associar classificar de imediato a etiqueta heritage=*
Quanto ao património que foi objeto de classificação junto da Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e que foi rejeitado podemos dizer o seguinte:
1 - A partir do momento que o processo é “chumbado” na categoria de proteção proposta, a sua designação como património tem tanto valor como um outro qualquer que não tenha sido submetido à avaliação da DGPC.
2 - A ficha do imóvel permanece na base de dados do SIPA mesmo que a DGPC rejeite a classificação proposta, aparecendo descrito no SIPA sem qualquer tipo de proteção legal.
Assim, depois de chumbada a classificação pela DGPC, pelo facto de constar da base de dados SIPA não lhe dá nenhuma categoria adicional que teria um outro qualquer imóvel que nunca tenha sido objeto de tentativa de classificação.
Em conclusão, a única base de dados que tem valor legal é a da DGPC, porque está validada pelo diploma legal publicado no Diário da Republica depois de aprovado pelo Conselho de Ministros ou por quem este delegar, no caso de classificação de âmbito Nacional, ou aprovado pela Câmara Municipal, no caso da classificação ser de âmbito municipal. Em qualquer dos casos a publicação do diploma legal de classificação tem que ser feita em Diário da República.
Quanto à base de dados SIPA, (atenção que esta é uma base de dados não é um organismo), esta foi alimentada durante anos por uma lista enorme de entidades públicas e privadas não dependentes da DGPC o que não dá garantia sobre a veracidade e atualidade dos dados contidos nesta base de dados.
Aliás a base de dados SIPA, está cheia de erros. Como exemplo posso dar o do Castelo de São Filipe, Monumento Nacional em Setúbal, classificado desde 1933, aprovado pelo Governo de Portugal e publicado em Diário da República em 30 de agosto de 1933.
A ficha deste Monumento Nacional pode ser consultada na Base de Dados da DGPC em PESQUISA GERAL e a ficha do SIPA pode ser consultada em http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=2007
Se repararem, na ficha da DGPC o nome oficial deste Monumento Nacional (igual ao do Diário da República) é de “Castelo de São Filipe” enquanto que na ficha do SIPA o nome é “Forte de São Filipe / Pousada de São Filipe”.
Na base de dados da DGPC o arquiteto foi o Giovan Giacomo Paleari Fratino enquanto no SIPA a autor foi Filipe Terzi. Podem verificar na ficha deste Monumento Nacional, na base de dados da DGPC a seguinte afirmação: “Atribuída durante largos anos a Filipe Terzi, sabe-se actualmente que foi desenhada pelo Capitão Fratino em 1583”, querendo isto dizer que a DGPC vai atualizando os dados, o que não acontece com a base de dados SIPA.
Em relação á afirmação feita pelo pelo @aselvadeasfalto de que “a base de dados da DGPC é uma reforma incompleta da sua antecessora SIPA” isto não é verdade pois o que consta na base de dados da DGPC são apenas o património classificado e o património em vias de classificação. Por exemplo, uma Câmara Municipal submete à DGPC um imóvel à classificação de bem imóvel de interesse cultural de valor nacional (Monumento de Interesse Publico ou Monumento Nacional) e enquanto este processo se desenrola a ficha deste imóvel fica disponível na base de dados da DGPC enquanto a DGPC faz a sua avaliação. Se esta classificação for recusada esta ficha desaparece da base de dados da DGPC mantendo-se no SIPA.
Depois de recusada a classificação de âmbito nacional pela DGPC, a Câmara Municipal pode prosseguir com a sua classificação de âmbito municipal mas mesmo assim essa classificação tem que ser antecedida de parecer da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). Depois de aprovado pela Câmara Municipal é publicado no Diário da República e passa a fazer parte da Base de dados da DGPC.
Quanto ao Ponto 5 da proposta do @aselvadeasfalto sobre a etiqueta proposta de ownership=* não faz sentido porque nem a Direção Geral do Património Cultural nem a base de dados SIPA são donos de qualquer património em Portugal. Poderá ser o Estado português mas nunca será nenhuma sua Direção-Geral.
Quanto ao Ponto 6 da proposta do @aselvadeasfalto não entendo porque não recomenda a etiqueta start_date=* porque na proposta apenas está a etiqueta inscription_date=* e esta etiqueta está obrigatoriamente na ficha da DGPC pois foi publicada em diário da República.
Assim, todos os imóveis classificados devem conter apenas a etiqueta referente à DGPC não devendo nunca conter a etiqueta referente ao SIPA pois trará “lixo” e incerteza ao OSM.
Quanto ao património não classificado cada um pode associar as etiquetas que quiser seja do IPA (ou SIPA) ou outra qualquer e como tal não devem ser incluídas nesta proposta.
Cumprimentos
Jorge Pinho