Nome de Ruas contendo numerais / números

A Comunidade Openstreemap do Brasil vem debatendo no Telegram, sobre o uso de numerais / números na tag name ou suas ramificações (alt_name, loc_name,…).

O uso da tag name está documentado em:
https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Pt:Key:name

Esse assunto é controverso e foi comentado anteriormente em:
https://www.mail-archive.com/talk-br@openstreetmap.org/msg04193.html
https://www.mail-archive.com/talk-br@openstreetmap.org/msg07606.html

Comenta-se da necessidade de escrever os nomes de Rua por extenso ou na tag alt_name, de cadastrar o nome como consta na placa da via, e várias outras sugestões.
Uma das dificuldades encontradas é a diversidade utilizada nas cidades brasileiras, como cidades que utilizam números e não nomes, para identificação de vias.
Outros exemplos à título de ilustração:

  • Rua XV de Novembro, Rua 15 de Novembro, Rua Quinze de Novembro;
  • Rua Papa João XXIII (Jaraguá do Sul/SC);
  • Rua 1°. de Maio;
  • Rua 3126 (Bal. Camboriú/SC), Rua SEPS EQ 708/908 (Brasília/DF), SHIGS Quadra 707 (Brasília/DF), S1 (Brasília/DF),

Visando harmonizar o entendimento na Comunidade e criar um padrão para o Brasil, abre-se aqui o debate e sugestões.

Temos algumas etiquetas para representar nomes:

  • name: o nome principal, usado para renderizar o mapa, para fazer buscas nos sistemas mais simples que não suportam as outras etiquetas, e no caso das ruas é também o nome que deve constar na etiqueta addr:street dos pontos de interesse

  • short_name: o nome curto, geralmente usado para acrônimos e entendido como sendo “abreviado” (sem abreviar topônimos)

  • official_name: o nome completo conforme consta em documentos oficiais, quando diferente do nome principal

  • loc_name: um apelido conhecido por quem mora no local

  • alt_name: um nome alternativo qualquer (grafia diferente, nome diferente proveniente de outro cadastro, etc.), usado quando não houver outra etiqueta de nome mais específica que seja adequada

Tipicamente, é desejável que name tenha o nome que consta nas indicações no local (seja para vias ou para pontos de interesse) porque o usuário que estiver tentando encontrar algo vai ver no mapa o mesmo nome que ele vê diretamente no local. É assim que eu tenho feito.

Pelo que vi ao longo de anos mapeando, e sem querer nadar contra a corrente de hábitos culturais bem estabelecidos, o mais natural, simples e prático seria adotar como nome principal a forma curta com algarismos, por exemplo:

  • em datas por ser um formato comum
    [list=*]

  • Rua 24 de Outubro ao invés de Rua Vinte e Quatro de Outubro

  • Rua 7 de Setembro embora Rua Sete de Setembro seja bem comum

[/*] [*]em **números genéricos** que antecedem a denominação oficial porque o número é temporário e raramente tem valor cultural
  • Rua 3126 mesmo que a grafia por extenso conste em cadastro oficial

  • Rua 2 ao invés de Rua Dois

[/*] [/list]

Exceto:

  • se for grafado com números romanos em placas porque normalmente tem valor histórico e as pessoas estão acostumadas com essa grafia, nesse caso pode ser uma boa ideia adicionar source:name=survey
    [list=*]

  • Rua XV de Novembro se constar assim na placa

  • Rua Pio X ao invés de Rua Pio Décimo, Rua Pio IX ao invés de Rua Pio Nono, mesmo que conste por extenso em cadastro oficial, provavelmente acompanhado de uma etiqueta note informando que o nome se refere a um papa e por isso o número romano é entendido como um ordinal

[/*] [*]se for referente a substantivos que **não são números**, o que é raro em nomes de ruas mas comum em nomes de lugares e estabelecimentos, e nesse caso também seria uma boa ideia adicionar **[note](https://wiki.openstreetmap.org/wiki/Pt:Key:note)** explicando o significado
  • Rua Quinta Nativa porque quinta significa chácara

  • Rua Nono Emílio Dalçóquio porque nono significa avô e nesse caso talvez seja parte do nome pessoal

[/*] [*]*(opcionalmente)* se o número puder ser escrito por extenso com **uma única palavra** (todos os de 1º a 10º e de 1ª a 10ª e de 0 a 20, talvez 30, 40, 100, 1000, 20º, 30º, 100º, 20ª, 30ª, 100ª) porque é um hábito relativamente comum e parece mais natural
  • Estrada das Três Meninas ou opcionalmente Estrada das 3 Meninas

  • Rua Primeiro de Maio ao invés de Rua 1º de Maio porque é mais fácil ler no mapa e buscar por Primeiro do que

  • Rua Nona do Parque ao invés de Rua 9ª do Parque, podendo nona significar avó ou o número ordinal dependendo do contexto (nesse caso é o ordinal porque a rua fica na Bahia, mas se fosse aqui pelo sul teria uma certa chance de ser a primeira situação :P)

[/*] [/list]

Em todos esses casos, as outras grafias devem ser mapeadas usando outras etiquetas de nome para que seja possível buscar por elas. Ordinais e numerais pequenos são bem comuns em nomes de regiões, como Sétimo Céu (bairro de Porto Alegre), Quarto Distrito (zona informal também aqui), Três Vendas (bairro de Erechim), etc. Ordinais além de décimo são muito raros em nomes de ruas, numa busca rápida não consegui achar exemplos, aparecem mais em nomes de certos tipos de pontos de interesse.

Boa Tarde a todos os Mapeadores!!

Acompanhando os debates sobre o uso das tag para nomes de Ruas eu surgiria que fosse padronizado no Brasil da seguinte forma,

Nome da Rua por extenso na Tage name. exemplo = Rua Um
nome de Rua com numeral na tag Alt_name Exemplo = Rua 1

Nomes de Rua por letras Romanas continuaria sem alteração.
Nomes de Ruas com data histórica também não teria alterações no momento.

Ruas abreviadas deveria ser corrigidas para que o nome fique por extenso.

Atenciosamente,

Raphael de Assis.

Mapeador Brasileiro.

Boa Noite Mapeadores!

Entrando na Discursão para qual tag usar com nomes de Rua com numero eu surgiro que seja usado um padrão de tag da seguinte forma para nomes com numeral.

Exemplo:

name= Rua Um
alt_name= Rua 1

dessa forma padronizaria o uso das tag para nomes de Ruas com numeral, sendo a tag name com o nome da Rua Por extenso e ficando a tag alt_name para o nome da Rua com o numeral em sim.

atenciosamente,

Raphael de Assis
Mapeador Brasileiro.

Eu concordo com o Fernando.

Não é possível pretender padronizar o que não é padrão em todo aquele território. Se alguma cidade escrever em seus sinais de trânsito como “15 de novembro”, deve ser inserido no rótulo “nome” no OSM, e não “XV de novembro”. E se outra cidade escreve como “Quinze de Novembro”, isso é o que deveria entrar no OSM.

Este é um princípio básico do OSM, o de mapear o que está no território, “on the ground” rule.

A diversidade que mantêm no território, DEVE ser mantida no OSM

O problema de pesquisar ou não os dados deve ser resolvido de outra forma, por exemplo, com um mecanismo de pesquisa mais inteligente que primeiro procura por uma correspondência perfeita e depois segue por correspondências semânticas com escrita diferente.
Ou por exemplo com um vocalizador que entende que quando em um texto está escrito XV, o que deveria sair no áudio é “Quinze”

Um problema parecido com este aconteceu, ou está acontecendo no México, devido a diferenças entre mapeadores da comunidade e a agenda que Kaart pretende promover. Não sei se esse problema no Brasil é da mesma origem.

Discordo completamente do “on the ground” rule para o Brasil que é um país continental e com poucos mapeadores e ainda é uma visão altamente elitista para um país tão desigual como o Brasil.

Se formos ver a maioria das cidades foram usado a camada do IBGE para adicionar os nomes e muitas não tem placas de sinalização, e a maioria das cidades foram mapeadas por editores remotos é para npos que mapeamos o Brasil como um todo não somente nossas cidades que serve um padrão, acho que podemos chegar a um concesso

  • nomes de ruas com datas ou ordinais devem ser escritas por extenso como: Rua Sete de Setembro, Avenida Quinze de Novembro, Primeira Travessa…
  • nomes de ruas com anos e quadras devem usar numerais: Rua 1884, Quadra 39…
  • numeros em geral devem ser por extenso: Avenida Dois, Rua Cento e Um

O correto e usar o nome que esta na placa qdo esse existe, hoje mesmo consertei um 7 de setembro , para sete de setembro conforme sinalização local o 7 ficou como alternativo.

Leia o manual de boas práticas do OSM que está bem estabelecido há muitos anos.

Nesse caso faz sentido adotar um formato padrão. Mas para as que têm placa é mais discutível, em especial no caso dos números romanos. Esse tipo de detalhe às vezes é importante em culturas de alto contexto como é o caso do Brasil.

Como formato padrão para as vias sem placas, não parece muito prático.

Pode ser que no Brasil a ideia que tá rolando nos bastidores a que não temos acesso é algo como fazer uma edição automatizada pra padronizar o formato. Temos muitos programadores no OSM e algo assim seria relativamente simples de fazer a qualquer momento, mas não é feito devido às complexidades da questão e porque edições automatizadas exigem preparação, documentação e acordo, como também as edições manuais organizadas de grande impacto.

Estive acompanhando a discussão original e a votação subsequente no México onde votaram tanto mapeadores locais quanto membros do Kaart. O novo sistema até pode ter mais vantagens do que desvantagens, mas o ideal é dialogar com a comunidade local antes para explicar as razões pra mudar de prática. Pode ser que lá a comunidade local só detectou o problema depois que muita coisa já tinha sido feita de outra forma. Muitas vezes o que acontece é que os mapeadores de poltrona são estrangeiros e não conhecem a realidade do país, daí trabalham com premissas que não são necessariamente válidas. No Brasil ainda não tivemos um atrito tão grande (e tomara que nunca tenhamos).

Parecida com essa questão no México, no Brasil em geral é bem aceito copiar dos mapas do IBGE. É amplamente sabido que eles são desatualizados e contêm muitos erros (especialmente na atribuição de nomes de ruas em área urbana, e às vezes também no nome de estradas rurais), mas muitas vezes não se tem uma fonte local melhor. Agora, eu já vi mais de uma vez mapeadores de poltrona trocando o nome principal que veio de inspeção em campo ou do cadastro da prefeitura pelo nome errado do IBGE, nesses casos eu corrijo o nome imediatamente. É importante consultar o histórico de edições do elemento ao fazer uma alteração dessas, mas muitos desses mapeamentos não têm source, daí os acidentes até são compreensíveis.