Motorways (autoestradas) vs trunks (expressas) vs primárias rurais

Pra mim era tudo apenas em área rural (entendam todas minhas opiniões, portanto, como exclusivas das áreas rurais)

Você acha que os critérios para motorway e trunk seriam diferentes em área urbana?

Eu acho que os critérios para motorway devem ser os mesmos em áreas urbanas e rurais, porque os requisitos de “isolamento” de uma motorway permitem alta velocidade em qualquer lugar. Para trunk e primary (e secondary, tertiary, etc.), eles devem ser diferentes.

O que mudaria para trunk em áreas urbanas? Eu estava entendendo que trunks urbanas seriam:

  • vias de alta velocidade, mas que não são motorways; ou
  • trechos urbanos que interligam trunks rurais, mesmo em baixa velocidade (pela necessidade de não se alternar demais a classificação de uma via)

Esse seu outro post responde a minha questão: trunks urbanas seriam vias que passam por dentro da cidade que não são interrompidas, mas que não se qualificam como motorways. Nesse caso interrupção seria semáforo ou placa de pare mas não cruzamento em nível, certo?

A questão da velocidade é importante, mas não deve ser o critério decisivo para a classificação de uma via. Mesmo uma trunk pode ter a velocidade máxima reduzida, para diminuir o risco de acidentes em algumas situações, como, por exemplo, em zona urbana ou em curvas acentuadas. Em zona rural, uma trunk é uma via duplicada que não é motorway. O que muda em área urbana é a velocidade máxima permitida, que pode ser mais baixa. Entretanto, uma trunk continua tendo que ser duplicada e continua sendo uma via para grande vazão de veículos. Isso pode significar que, em Porto Alegre (mas não em Portão ou Farroupilha), ela deva ter no mínimo três faixas em cada sentido, ao invés de duas (critério a ser discutido).

Acho que esse critério das 3 faixas produziria um resultado semanticamente muito ruim. Ele daria importância a vias relativamente irrelevantes (ex.: avenida José Aloísio Filho e avenida José Pedro Boéssio) sem dar a mesma importância a vias bem mais importantes e interessantes para o tráfego (ex.: trecho inicial da avenida Assis Brasil e a avenida Farrapos). Além disso, ninguém usa highway=trunk para vias urbanas, somente se usa para vias que fazem parte do sistema intermunicipal. [1] [2] [3]

[1] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Highway:International_equivalence
[2] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Highway_Functional_Classification_System
[3] http://wiki.openstreetmap.org/wiki/Tag:highway%3Dtrunk

E além disso, a necessidade de mudar de critério por local significa pra mim que não estamos usando as características mais fundamentais (aquelas que são, de fato, a definição de trunk, primary, etc.) e, portanto, estamos usando os critérios errados.

Isso tocou num ponto interessante: a classificação funcional, citada no segundo link de #107. O ponto de vista aí é completamente diferente, e não depende de características da rodovia, mas sim da sua função. É isso que nós queremos? Uma classificação puramente funcional? Ou queremos uma classificação baseada estritamente nas características da rodovia? Ou queremos um meio-termo? Realmente, a questão de três faixas ao invés de duas iria gerar distorções sérias, e não deve ser usada. Para não usar critérios diferentes, acho que a velocidade máxima não deveria ser um critério de classificação. Temos a tag maxspeed para isso. Só precisamos usá-la mais.

Os diversos países tendem a tentar aproximar a classificação das vias à classificação oficial. Aqui no Brasil, o critério de estrada federal, estadual ou municipal não faz muito sentido, pois há muitas estradas estaduais bem melhores que muitas estradas federais. Entretanto, há, em todas as referências oficiais, uma divisão clara entre estradas duplicadas, pavimentadas e não pavimentadas, que creio que possamos utilizar. É uma classificação oficial que tem relação direta com a qualidade da estrada e a sua capacidade de fluxo. As estradas federais e estaduais ligam municípios, geralmente passando por zona rural e urbana. Já as municipais são estradas para trânsito dentro do município ou, no máximo, até um município vizinho (e são muito mais numerosas, visto que qualquer rua ou beco é municipal).

Tendo em vista a preocupação de não usar trunk para vias urbanas (que não é bem assim, mas eu acho que entendi o sentido), proponho que utilizemos motorway e trunk apenas em vias duplicadas que sejam parte de rotas federais ou estaduais (incluindo os seus trechos urbanos). Isso eliminaria as avenidas municipais duplicadas da lista, a menos que elas sejam usadas como parte de uma rota estadual ou federal. Isso evita o problema de roteamento em longa distância, mencionado em outro lugar, e evita que se encha as cidades de trunk.