Falta de entendimento.

Se você tem duas opções parecidas, não há problema em escolher entre elas baseado no renderizador. Nos demais casos, é condenável, sim, viu, Fernando, mapear para o renderizador! :stuck_out_tongue:

Alexandre, fica tranquilo que eu e o Fernando já tivemos a oportunidade de nos conhecermos. Ou seja, a gente é brother! :laughing:

Hehe claro que é condenável. Mas eu mapeio para o renderizador, para o roteador, para o buscador, para tudo junto. :stuck_out_tongue:

Parece piada, mas no fundo é isso mesmo. Qual o propósito de um mapa digital? Alimentar aplicações. Quais aplicações? No OSM, todas, as que já existem, e as futuras. Temos o ideal de “representar a realidade”. Ótimo. Vou começar a colocar o elemento químico que compõe cada coisa ao invés dos valores típicos tag surface. :stuck_out_tongue:

Existe um equilíbrio entre ser exigente demais com os conceitos pra um lado, e pouco exigente para o outro. Como programador, eu quero descomplicar. Como mapeador, me aproximar da realidade, sem gastar muito tempo. Como usuário, eu quero que o sistema me informe daquilo que me interessa, que é importante, e de preferência que me leve a evitar problemas. E quando eu mapeio, eu penso nos problemas que a maioria das pessoas quer evitar.

E eis o ponto: nessa questão (service vs living street vs residencial/não-classificada), é claro que há tags que servem a esse propósito - como lanes e width - mas o funcionamento da rua é diferente, para quem passa (a pé, de bicicleta ou de carro), e para quem está nela (trabalhando, fazendo propaganda, negociando imóveis, prestando serviços de emergência,e tc.). Esse é o meu motivo principal para tentar encontrar uma distinção para esses casos.

Outra abordagem possível: criar novos valores para as tags. Podemos fazer isso, mas requer tempo e envolvimento pra convencer todo o mundo que as tags novas são melhores, conseguir que comecem a usá-las, e conseguir que os desenvolvedores as suportem. Nesse meio tempo, prefiro que os usuários tenham uma informação que reflete melhor aquilo que eles esperam. (E eles certamente não leram todo o wiki do OSM para saber a diferença.) E também nada me impede de deixar uns rastros pra trás (usando as tags note e fixme) e depois voltar para tornar o dado mais próximo do “ideal”. O OSM tem tantas outras questões mais urgentes a serem tratadas que a dimensão desse diálogo me parece meio que uma tempestade num copo d’água.

Mais um detalhe: essas alterações da definição que eu combinei com o Augusto afetam um número muito limitado de vias em Porto Alegre. Muito limitado mesmo, deve ser menos de 2% das vias na cidade, e são todos em áreas remotas, de difícil acesso (e as alterações seriam justamente para realçar o acesso difícil).

Mais um detalhe: vias primárias, secundárias e terciárias não existem. Você não sai por aí dizendo “o governo resolveu construir uma via terciária do lado da minha casa”. Você diz uma “rua” ou uma “avenida”. Esses conceitos todos são “inventados” no OSM para tratar da hierarquização do tráfego. E living street, para tratar de uma situação que não ocorrre formalmente no Brasil mas se assemelha a várias informais.

(Desde que haja um planejamento urbano), o governo determina uma hierarquia de estrada, talvez não a chama com as mesmas palavras em OSM.

(Espanhol-> google-> Português) :slight_smile:

Hehe meu espanhol infelizmente não vai muito bem. Mas acho que a gente se entende, seja em português ou em espanhol né.

O problema é que o governo brasileiro não publica essa informação de hierarquia em lugar algum. Ou pelo menos não descobrimos ainda.

O que o nosso governo publica:

  • a classificação por nível administrativo (possibilidades: federal, estadual, e outras que não constem nesse mapa geral), mas nas nossas discussões concordamos que isso daria um resultado muito ruim no mapa (há várias federais que são pouco importantes e que estão em péssimo estado, enquanto várias estaduais são importantíssimas e comportam muito mais tráfego)
  • um mapa segundo características físicas das estradas, indicando como estão sendo ampliadas e implantadas

Esse segundo já é bem mais interessante porque indica indiretamente a importância que o governo atribui a cada via (já que amplia e implanta primeiro as mais importantes). E outro fator a considerar é que a importância é relacionada à quantidade de tráfego, e que a quantidade de tráfego é relacionada a certas características físicas da via.

A gente mantém aqui a versão mais atualizada da metodologia de classificação no Brasil com que menos pessoas discordam atualmente.

O caso do plano diretor de Curitiba é o único exemplo que eu conheço.

Exatamente. E ainda assim, os 3 tipos de vias (estruturais, ligações entre estruturais, e coletoras) seriam transformadas em apenas 2 tipos correspondentes no OSM (primárias e secundárias). As coletoras sempre são terciárias, e as demais são residenciais ou não-classificadas.

Olhei como está o mapa de Curitiba, acho que os mapeadores lá não levaram esse plano em consideração ao fazer a classificação.