Uma perguntinha técnica: o que é, exatamente, um divisor de águas?
A razão da pergunta é a seguinte: como sabemos, muitos limites administrativos coincidem com rios importantes. Um segundo caso muito comum é o de limites administrativos determinados por um divisor de águas. Aqui vai um exemplo, a descrição dos limites de uma reserva que encontrei em uma lei:
Outro exemplo é a divisa Brasil-Suriname, que é “totalmente seca” e definida pelo divisor entre a bacia amazônia e a bacia dos rios Corantyne e Maroni. Portanto, para podermos melhorar os limites administrativos um tanto grosseiros que foram importados do IBGE, precisamos saber o seguinte:
Como determinar preciosamente o traçado de um divisor de águas?
Provavelmente isso requer acesso a um mapa topográfico contendo curvas de nível. A boa notícia é que isto está disponível no JOSM: é só ativar o OpenCycleMap como camada de fundo!
Segundo o Aun Johnsen (Skippern - mapeador norueguês que colabora no Espírito Santo e trabalha com navegação) via IRC, um divisor de águas é uma linha teórica onde a água da chuva ou água das fontes cria rios e córregos em direções diferentes.
Exato; em outras palavras, o divisor de águas é a fronteira entre duas bacias hidrográficas (ou sub-bacias). A questão é, como traçar essa “linha teórica” de forma confiável? O Aun Johnsen tinha alguma dica a respeito?
Eu acho que, via de regra, o limite é o talvegue https://pt.wikipedia.org/wiki/Talvegue (outra coisa difícil de determinar com precisão para nós a partir do sofá), mas é claro que pode ter exceções.
Isso seria legal, mas extremamente difícil de incorporar no OSM agora que a gente já começou a fundir a informação grosseira que foi importada com outros elementos do mapa. Talvez fosse útil preparar aquivos osm e deixá-los em algum lugar só pra ficar disponível, se algum dia der na telha de alguém dar uma refinada em uma dada região.
Eu usei as curvas de nível do OpenCycleMap para fazer o traçado de um rio divisor de dois municípios, mas no geral uso as imagens de satélite do Mapbox que estão com uma qualidade razoável aqui pelo Nordeste.
Tenho usado bastante o Mapbox com o IBGE Rural para criar rios que são divisa entre Estados como Alagoas e Pernambuco que desaguam no São Francisco, e também entre municípios.
Exato, esse é pra ser o traçado do rio pela definição do OSM. Mas no caso da fronteira entre o RS e o Uruguai, acho que não existe talvelgue na Lagoa dos Patos (ou se existir, deve ser bem complexo e descontínuo), então o limite estabelecido por tratado (e descrito pelo LNCC) segue algum outro critério - mas felizmente não precisamos nos preocupar com o critério porque temos o LNCC. No restante da fronteira, eu sempre misturei a linha do rio com a linha de fronteira (as duas coisas são 1 único objeto), e o LNCC simplesmente diz que o rio é a fronteira, então acho que está bom o bastante, independende de por onde passa a linha do rio - que, claro, idealmente seria o talvelgue.
Penso em fazer uma conflação dos dados assim que der. Já estou estudando ferramentas de conflação há um certo tempo.
4 Laguna Merín Línea convencional Desde desembocadura Ao. S. Miguel a desembocadura Río Yaguarón 140,1
4.1 Laguna Merín Líneas rectas que unen puntos de medias distancias Desde Ao. S. Miguel hasta el 10º punto a media distancia de las márgenes, al E. de la Punta Rabotieso (9 rectas) 86,8
4.2 Laguna Merín Línea convencional quebrada Desde el 10º punto hasta el 13º punto, proximidades de Punta Parobé (punto de 6,20 m. de profundidad del levantamiento de 1916 (3 rectas) 20,6
4.3 Laguna Merín Talweg Canal más profundo desde el punto 13º al 14º al NE de Pta. dos Latinos 19
4.4 Laguna Merín Línea recta convencional Desde el punto 14º hasta desembocadura del R. Yaguarón (1 recta) 13,7
Nesse caso acho que faria sentido quebrar a fronteira em seções sim, e aproveitar a seção do talvelgue como parte da linha que representa a navegação através da Lagoa dos Patos.